domingo, 31 de julho de 2011

I - REGÊNCIA Primeira parte

Silvania Mendonça Almeida Margarida
Não pode existir frase se não houver o entrelaçamento das palavras; e quando a elaboramos podemos usar dois níveis de linguagem: o coloquial e o culto. Como nos exemplos abaixo:

1.      *O filme que mais gostei até hoje ainda é reprisado na televisão.
2.      *Carlos, residente à rua Cubatão, perdeu todos os seus documentos.

Sob o ponto de vista daquilo que é gramaticalmente considerado norma culta, a frase 1 está incorreta, pois o verbo gostar exige a preposição de (quem gosta, gosta de). A forma correta seria: O filme de que mais gostei até hoje ainda é reprisado na televisão.
Vê-se, logo, que a frase inicial demonstra uma despreocupação (da parte do falante) com a norma estabelecida pela gramática, ou um desconhecimento dessa norma.
Na frase 2 também há um erro muito comum na linguagem cotidiana: o adjetivo residente deriva do verbo residir, que exige a preposição em (residir em algum lugar). Então, o adjetivo residente também pede a preposição em, e não a. Este é mais um caso de uso coloquial, que foge do padrão culto.
Vimos acima os dois tipos de regência existentes, a verbal e a nominal.  Ambas fazem uso, em sua grande maioria, das preposições.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Boletim da Lingua Portuguesa: Dúvidas sobre a Língua Portuguesa

Boletim da Lingua Portuguesa: Dúvidas sobre a Língua Portuguesa: "Neste espaço você poderá postar todas as dúvidas e sugestões que você gostaria da publicação da Língua Portuguesa em seu Boletim-Blogpot."

Crase: fácil e rápido



A crase é a responsável por grande parte dos erros de português cometidos na escrita. A maioria das pessoas tem, mais do que tudo, medo desse acentozinho cuja única função é facilitar a compreensão do que se quer dizer.
Esta pequena página visa demonstrar que as regras para o uso da crase são extremamente simples e que os erros na sua colocação podem ser eliminados com toda a facilidade. Para isto, tudo o que a pessoa que está escrevendo deve fazer
é formular duas ou três perguntas-chave e raciocinar durante algumas frações de segundo.

Tem crase ou não tem? Se você tem uma dúvida em alguma frase específica, vá direto a este teste simples e rápido.
Conheça a crase

A crase surge quando uma preposição a se une a um artigo a.
Por exemplo: o verbo "ir" exige a preposição a (quem vai vai sempre a algum lugar). 
Se, logo a seguir, vier um substantivo precedido de um adjetivo masculino, como "o banco", temos: "Eu vou a + o banco", ou "Eu vou ao banco".
Porém, se o substantivo for feminino, como "a praça", temos: "Eu vou a + a praça", ou "Eu vou aa praça". Sempre que ocorre "aa", transformamos essa partícula em "à".
Na grande maioria dos casos, quem está escrevendo pode tirar a dúvida sobre o uso da crase substituindo a palavra após o a em questão por uma palavra masculina.
Assim, se eu não sei se "Esse objeto pertence a(à) loja" leva crase, devo apenas substituir "loja" por uma palavra masculina, como: "Esse objeto pertence ao museu". Se temos ao, isso significa que há uma preposição a mais um artigo masculino o. Logo, no feminino, temos a mesma preposição a com um artigo a. Portanto, essa frase leva crase.
Daí podemos concluir algumas regras básicas:
  • nunca há crase antes de uma palavra que não seja um substantivo
  • nunca há crase antes de uma palavra masculina
Existem ainda alguns casos especiais.
  • Os pronomes demonstrativos "aquele(s)", "aquela(s)" e "aquilo" podem levar crase se são precedidos de preposição. Assim, tanto "Vou devolver o objeto àquela loja" quanto "Vou devolver o objeto àquele museu" levam crase, já que a preposição exigida por "devolver" (quem devolve devolve alguma coisa a alguém) se une à letra a inicial de "aquele(s)", "aquela(s)" ou "aquilo".
  • Horas levam sempre crase (às 10 horas).
  • Medidas de distância não levam crase (daqui a 100 metros).
  • Fazer algo à Fulano (por exemplo, uma receita culinária) leva crase. Na verdade, essa expressão corresponde a "à moda de Fulano".
Obs.: Atenção ao fazer o "truque" de mudar a palavra após a crase para o masculino. Pode ocorrer de o a em questão continuar sendo a, não mudar nem para ao nem para o. Isso significa que o a é preposição, mas não há artigo. Por exemplo: "Ele se dedica a atividades comerciais". Se trocarmos "atividades" por uma palavra masculina - "Ele se dedica a produtos comerciais" -, vemos que esse a é o pronome exigido pelo verbo "dedicar(-se)", mas que não há qualquer artigo antes de "atividades" ou "produtos". Nesse caso, obviamente, não há crase.
Finalmente, atenção! Não confunda o a, com ou sem crase, com , do verbo haver, como em "Ele se mudou  dez anos".

Se o texto acima estiver confuso ou caso você ainda tenha dúvida em alguma frase específica, passe pelo seguinte teste para comprovar se um a leva crase ou não. É só ter em mente a frase problemática e ir respndendo "sim" ou "não".

quinta-feira, 28 de julho de 2011

USO DA VÍRGULA ENTRE ORAÇÕES DE PERÍODO COMPOSTO

Elaboração do Blog Inclusão Jurídica


SIM    

Entre PRINCIPAL e SUBORDINADA SUBSTANTIVA APOSITIVA.

O fato, que ele não aceitaria o comando, alegrou os participantes da ação.

Entre PRINCIPAL e SUBORDINADA ADJETIVA EXPLICATIVA

Nós, que somos seres racionais, estamos sendo aprisionados às máquinas.


Entre SUBORDINADAS ADVERBIAIS, E PRINCIPAL. (E VICE-VERSA)

Se eu pudesse, faria você feliz.
Eu faria você feliz, se pudesse.


Entre COORDENADAS ASSINDÉTICAS

Lavrou a terra, plantou a semente, colheu.
Entre COORDENADAS SINDÉTICAS

Todas as pessoas foram assaltadas, mas a polícia não apareceu, a insegurança continuou, pois, geral.

NÃO

Entre PRINCIPAL  e SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS (exceção: APOSITIVA)

Depois da reclamação, foi necessário que eu enviasse a escritura.

Entre PRINCIPAL E SUBORDINADA ADJETIVA RESTRITIVA

Os professores que viviam sozinhos despertaram desconfiados.

OBSERVAÇÕES:

- O uso da vírgula antes da conjunção coordenativa ´´E``:
A) será opcional, se os sujeitos das orações forem diferentes.
            - Os carros estavam estacionados, e a rua ficara carregada.
B) será obrigatória, quando, por motivos estilísticos, usar-se o ´´E`` repetidas vezes.
            - E alcança as escadas, e avança, e indica a direção, e troca os degraus.

- A pontuação usada para as orações reduzidas é a mesma empregada para as orações desenvolvidas.
            - Sendo necessário, faremos as colocações.
            - É necessário buscar outros caminhos.

PRINCIPAIS USOS DE:

PONTO E VÍRGULA
DOIS PONTOS
RETICÊNCIAS
TRAVESSÃO
ASPAS

1- Ponto e Vírgula:

·      Entre grupos de coordenadas que possuam sentidos contrários.
     Os mais velhos ouviam e aplaudiam a idéia; os mais jovens a repudiavam e lutavam contra ela.
·      Entre coordenadas já marcadas por vírgulas.
     Era, com certeza, um cavalheiro; sabia, pois, perder com elegância.

2- Dois Pontos:
·      Precede citação alheia.
   - É como disse o poeta: ´´ um é pouco, dois é bom, três é demais...``
·      Precede enumeração, esclarecimento.
     Sentiu dentro de si um alvoroço: era a presença da moreninha.
     Havia muita expectativa: o prazer da viagem, a novidade do idioma estrangeiro, a possibilidade de novos amores.

3- Reticências:
·      Traduzem hesitação, censura, suspense, silêncio.
     Aquilo acontecera logo com ele...
     Empurram a porta... Há uma vela sobre o banco... A sombra invade o aposento... Seria bom viajar ... Não... Seria fraqueza...
·      Marcam citações alheias.
´´... é verdade que estamos morrendo todos os dias, insensivelmente...`` (Cecília Meireles)

4- Aspas:
·      Marcam desvios da língua padrão.
     O casal, os móveis, o ambiente, tudo era ´´barango``. ( gírias).
      Naquela época, ´´os brotos`` já gostavam de emoções fortes. (expressões em desuso)
      Instituí-se no poder o ´´day off`. (estrangeirismo).
·      De bar em bar, os cariocas, ´´trabalham`` o ano todo.

5- Travessão:
·      Introduz a fala direta do personagem.
     Perguntou ao chofer:
     - Sabes onde mora a Fernanda?
·      Quando duplo, destaca expressões.
      Imaginava - com uma mistura de orgulho e alarma - o barulho que se faria quando descobrissem a sua fuga.

 

ADJUNTO ADVERBIAL e suas proposições

Elaborado por Inclusão Jurídica

Termo que se liga ao verbo exprimindo-lhe uma circunstância. Refere-se também a adjetivos ou a advérbios, intensificando-lhes a idéia expressa.

Onde?                                               Quando?
Para que?    VERBO                      Porque?
Quanto?                               Como?

- O aluno desmaiou                       ontem( de tempo)
                                               de cansaço( causa)
                                               subitamente( modo)
                                               no pátio (de lugar)
- O dia esteve bem frio.
                             (intensidade)
- O curso era muito longe.(advérbio de lugar)
                          (intensidade)

O adjunto adverbial se classifica de acordo cm as circunstâncias que traduzem. Assim, temos adjunto adverbial de modo, tempo, lugar, causa, fim, concessão, instrumento, assunto....
1) de acréscimo:
- Além do motorista, morreu um passageiro.
- Como você, são duas pessoas.
2) de assunto:
- Falavam sobre futebol.
3) de causa:
- O paciente gritou de dor.
4) de companhia:
- Vim com seu irmão.
5) de concessão:
- Apesar da pressa, tudo saiu bem.
6) de dúvida:
- Talvez ele volte logo.
7) de intensidade:
- Fale pouco, pois é muito arriscado.
8) de lugar:
- O cão ia atrás e o menino na frente.
9) de matéria:
- Este enfeite é feito de vidro.
10) de meio:
- O Presidente irá de avião.
11) de modo:
- Gostava de ficar à toa.
12) de negação:
- Ele não suporta fofocas.
13) de preço:
- O vestido custou duzentos reais.
14) de tempo:
- Pela manhã, arruma toda a casa.